quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Uma tarde pra lembrar



Numa tarde quente de primavera, num típico mês de novembro na cidade de São Paulo, mais especificamente no último dia 3, tivemos a oportunidade de falar muito de perto com jovens de um 3º ano do Ensino Médio na Etec Prof. Camargo Aranha.

Fomos recebidas com muita gentileza pela coordenadora Daniela, que prontamente nos levou ao auditório para nossa “conversa”, um tanto quanto inovadora, com os alunos.

Um fundo musical os recepcionou e nossa satisfação teve início ao percebermos que, ao entrar, muitos deles cantavam acompanhando a bela canção da Ana Carolina e Seu Jorge.

“É isso aí”, queridos le
itores, animadas ficamos nós também ao notar a curiosidade natural em muitos deles, imaginando o que faríamos a seguir.

Nossa proposta trouxe um novo olhar para a Física e a Literatura que juntas aproximaram ciência e arte por meio de uma pintura do expressionista Edvard Munch.

Ficamos muito à vontade, pois a platéia, composta de jovens alegres, saudáveis e de bem com a vida, expressava de forma clara suas emoções, num remexer de corpo nas cadeiras, risos aqui e acolá, balançar de cabeças e olhos bem abertos para apreender e compreender o novo.

É impossível não perceber numa platéia de jovens um emanar de vida pulsante, percebida com muita clareza por nós duas, acostumadas que estamos com esse universo fascinante.

Em meio a textos, telas, poemas, ondulatória, acústica e timbres, além, é claro, de muito riso e descontração, terminamos nossa apresentação com a certeza de que tanto nós, quanto os jovens, fazemos parte de um universo que clama por integração, tolerância e vontade de ser melhor a cada dia, acreditando que a clareza, o compromisso e a honestidade num trabalho são prazeres que ninguém tira de nós.

Obrigada aos que nos receberam com carinho e atenção. Até breve...



Florence e Yvanize

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Literatura, Física e Pintura: um jogo sem cartas marcadas

Uma reflexão de ideias é o que proponho a você, leitor, num convite explícito a olhar as belezas da Física através da pintura, algo aparentemente impossível, mas sobretudo surpreendente.
Quanto à Literatura, sabe-se que é, antes de tudo, um modo de ver e sentir o mundo recriado pelo olhar de quem escreve.Assim também é a Pintura, uma arte subjetiva, que mostra a face interna do artista, sua verdadeira alma.
Uma nova construção unindo ciência e arte que, a princípio parece absurdo, se apresentará vestida de cores e formas que compartilharão o objetivo e o subjetivo.Ambas nos transportam intensamente a um tempo que não é meu, nem seu, mas passa a ser nosso, quando imaginamos lugares, nos identificamos com personagens e podemos deixar aflorar sentimentos guardados no fundo do nosso ser.
Um diálogo incessante com a Física nos impulsiona a vê-la bela, pois observá-la cuidadosamente nos faz encontrar nessa ciência encantamentos inimagináveis. O mesmo encantamento ocorre no momento em que se é apresentada à Pintura, quando ao admirar uma obra de arte percebe-se, através de imagens que flutuam diante de nossos olhos, alguém que, sem a menor pretensão, se mostra de maneira absolutamente clara e transparente, a Física.
Encontrá-la em padrões que se repetem, que não se repetem, em padrões inusitados, em traços, em formas, em cores, enfim em pensamentos, expressões e sentimentos. Buscar traduzir conceitos visuais em materialização de fenômenos, relatar elementos da Física e das leis da natureza a partir da leitura de imagens. Na tentativa de entrelaçar a forma da natureza gráfica e a Física, aproximamos linguagem e processos mecânicos.
Entregues de forma única à palavra ou à tela do artista, somos levados a participar de um jogo que vencer é sentir até à última linha ou até a última pincelada, analisando cada palavra, cada cor e cada traço, sabendo o momento exato de invadir de forma definitiva, o eu do artista aplicando-lhe o xeque mate.
Observe, caro leitor, algumas obras de arte e tente encontrar a Física e a Literatura nelas.


Escher
 
Salvador Dali

 












Van Gogh

         
  










A liberdade da análise advém da certeza de que uma nova forma de linguagem contribuirá para a compreensão e estreitamento, em particular, da Física e da Literatura através da Pintura, reconhecendo que, em detrimento de quaisquer observações realizadas, ambas continuarão a ser o que sempre foram, porém um novo olhar será unicamente seu.

Até o próximo encontro...
Florence e Yvanize!



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Olhar é um ato de escolha

"A minha vida se resume,
desconhecida e transitória,
em contornar teu pensamento".
Cecilia Meireles


Falando de um tempo: as Vanguardas

A quebra de valores artísticos tradicionais e a busca de técnicas para uma nova realidade do século XX, foram as propostas das vanguardas européias.
Um sentimento de liberdade para criar, o desejo de romper com o passado e certo irracionalismo, além da subjetividade, aproximaram tendências surgidas na Europa e que atingiram o mundo ocidental.
Não só a arte se transforma, há um cenário repleto de invenções, desenvolvimento científico e tecnológico, guerra, lutas sociais e revolução comunista que prepararam a grande renovação modernista.
Durante um momento tão conturbado, mas ao mesmo tempo tão inovador, surge o Expressionismo, uma das vanguardas, em que o essencial era registrar a expressão do mundo, a imagem distorcida, pouco se importando com o belo ou o feio e sim em tornar-se uma forma de contestação.
Viver a dor remete o sentido trágico da vida deformando-a significativamente. Não há obstáculos no campo das convenções e a repressão social é repudiada como nunca.

Uma obra de arte conta uma história, remonta um tempo passado...
Um dos pintores de maior destaque no Expressionismo foi o norueguês Edvard Munch e sua tela “O grito” (1893). Observar com bastante cuidado essa bela obra, nos faz perceber que homem e natureza compartilham o mesmo medo, a mesma angústia.
Observa-se que, em maior ou menor escala, as camadas de ar se entrelaçam e se movimentam em ziguezagues e se expandem pelo universo, fundamentando os conceitos experimentais abordados pela acústica.
São linhas onduladas que se ressentem ao ouvir o som de um grito e que reagem imediatamente de forma impactante, transformando ceu e terra numa grande e sonora cena de horror. As linhas retas, a princípio tão impassíveis ao grito, conduzem nosso olhar para a figura principal do quadro.
No quadro, a temática destinada a expressar o ato de vibração do ar, em conseqüência do grito, é passível de concretização através das ondas que se propagam no espaço, e que, são facilmente vinculadas à acústica, uma vez que conseguimos “ver” o grito lá transcrito, absoluto e real.
As ondas flutuam de maneira caótica numa espécie de ciclos de duração identificadores da expansão do espaço preocupado em dar vazão ao grito.
Cores por vezes suaves como o azul, estão num ondular entre mar e terra, se misturam numa dança de movimentos ritmados. O ceu alaranjado também se perturba com o grito, porém, com menor intensidade, uma vez que mais distante da fonte emissora. O ceu entre o alaranjado e o amarelo se apresenta também em movimentos contínuos e que causam medo e incertezas, à espera de um amanhecer que liberte definitivamente o homem que grita.
Na Literatura, assim como na tela, nota-se um desejo de romper com um passado de formalidades e padrões. Linguagem fragmentada, despreocupação formal, sem rimas, sem estrofes, sem sujeito, sem verbos...
[...] Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
O cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
“Poética” Manuel Bandeira
O poeta critica a falta de espontaneidade dos poetas do passado e sua atitude burocrática e formalista perante a poesia. Prefere o lirismo dos loucos, bêbados e palhaços porque mais autênticos, não estão presos a valores sociais. O lirismo deve ser, antes de tudo, profundo e verdadeiro.
Assim nos conduziu o pintor, quando nosso olhar dirige-se ao protagonista, querendo chamar nossa atenção para si e para o novo, o contestador, deixando ao fundo, o tradicional, o formal, na figura do casal vestido de preto, cor indicadora de sobriedade, tradição e rigor.
Ao gritar, a figura tapa os ouvidos e dá as costas ao sol, à natureza, às pessoas, pois tudo parece estar contra si, transmitindo sua dramática solidão, porém podemos dizer que, natureza e pessoas podem ouvi-lo, pois ao gritar há vibração de cordas vocais, o som é agudo e, portanto, existe emissão de grande frequência.
Mesmo assim, o homem apresenta-se como um ser amargurado, que busca no grito a expansão de suas angústias e medos interiores.
Tanto a Literatura quanto a Física tentam deixar claro aos leitores dessas páginas, que sempre há várias “leituras” que podem ser feitas de uma obra de arte. Essas leituras podem ser usadas intencionalmente para atingir o resultado que se tem em mente.
Nosso objetivo é proporcionar reflexão e mostrar algumas marcas de possibilidades no plano da significação apoiadas na coerência e na emoção, por meio de um diálogo inédito entre a Física e a Literatura.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Um encontro inesperado

“A pintura sob o olhar da Física e da Literatura”

Queremos proporcionar a você, caro “navegador”, um mergulho num território cheio de desafios e obstáculos.
Desafios, pois como você bem poderá perceber algo novo se apresentará a seus olhos, num encontro inesperado e até certo ponto instigante, que o levará a parar e a dedicar parte do seu tempo a descobrir como é possível por meio de uma obra de arte se aprender Física.
Instala-se em você a curiosidade e a vontade de saber como se constrói essa união entre a Física e a Literatura, disciplinas a princípio distantes de sentido e de linguagens diversas.
Desmitificar o que, aos olhos de uma maioria, é quase impossível de decifrar e entender, apresenta-se como maior desafio nesta página, ou seja, ajudá-lo a perceber que, a Física pode fazer parte de um universo sensível, por meio de elementos que parecem estranhos aos olhos da lógica, que são a pintura e a literatura.
Perceber que a Literatura é a arte da palavra e a expressão de uma cultura, e a pintura, o despertar de emoções e de apreciação de beleza, não as exclui da necessidade de conhecimento, pois os olhares dirigidos a elas devem ser coerentes com a época e o momento histórico em que estão inseridas.
Assim é a Física, que necessita de conhecimento e coerência, tem movimentos de raciocínio que levam à lógica, mas que precisa de uma combinação química entre razão e emoção para que o desejo de aprender não seja somente imediato e sim, gradual e definitivo.
Apreciar uma tela é quase sempre muito agradável, mas descobrir a pintura como fonte de conhecimento, além de enxergar nela conceitos de física, é um obstáculo que você, querido internauta, terá de transpor, na medida em que estiver caminhando por um terreno desconhecido,todavia fascinante.
Quanto à Literatura, algo novo também se apresentará a você, quando seus olhos lerão o que a razão não consegue explicar, desafiando-o a buscar uma troca interativa de texto e imagem, forma e conteúdo, palavras e ideias, num jogo desafiante e sedutor.
Poder decifrar e explorar o que lhe parece difícil, e por vezes impossível, é se permitir aprender de um jeito diferente, é adquirir conhecimento, além da oportunidade de enxergar o mundo com um olhar mais sensível, que não se limita ao senso comum, sugerindo outras formas de ampliar os horizontes, cruzando textos, relacionando fórmulas e imagens, numa viagem repleta de prazer, o prazer de estar sempre aberto a novas experiências.

“Creio que não se pode fazer nada de grande na vida se não fizer representar o personagem que existe dentro de cada um de nós”. Charles Chaplin