quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

FLORIPA: diversão e reflexão

“Que não seja imortal posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure.”



Assim como Vinícius escreveu um dia, a sensação que tenho é exatamente essa ao estar entre jovens durante cinco dias na ilha de Florianópolis. Como é bom ter a oportunidade de ficar alguns dias entre adolescentes, momentos que passam, mas que certamente são infinitos e durarão para sempre em nossa memória.

Poder observar discussões passageiras, alegrias compartilhadas, lembranças de ocasiões marcantes num transbordar de emoções, muitas vezes, contagiantes são flashes que povoaram minha mente quando retornei ao meu dia a dia.

Renovo minha esperança nos jovens ao perceber que têm o fundamental para o sucesso: garra, companheirismo e sede de viver, estão prontos para enfrentar o que a vida exigir deles, pois adquiriram de seus pais e professores a percepção de que não só o conhecimento é importante, mas também estar sempre aberto a ajudar e a aprender.

Dentre o grupo de jovens que compunha a viagem, alguém em especial chamou minha atenção, uma garota portadora de uma necessidade especial, sempre muito bem assistida por outra jovem e também pelos amigos que a cercavam constantemente de atenção e carinho.

Nos primeiros dias ela me passou meio despercebida, cadeira de rodas, muletas para caminhar e amigas para conversar. Aos poucos fui percebendo sua determinação em estar presente a todos os passeios, fossem à praia ou à balada.

Em nenhum momento ela transpareceu tristeza pela sua condição, fazia questão de participar, mesmo com uma visível dificuldade até para dar pequenos passos, num esforço enorme equilibrando seu corpo e direcionando sua mente de maneira absolutamente admirável.

Percebi depois que ela possuía também dificuldade de comunicar-se, uma fala lenta e entrecortada por palavras soltas, porém inteligíveis. Suspeitei de que sua mente deveria estar intacta bem como sua inteligência, não me enganei, ela está na segunda fase da Fuvest.

Incluída e inserida, ela me levou a refletir como alguns jovens de hoje têm aceitado com mais facilidade sua condição de diferente dentre uma maioria considerada “normal”.

Por outro lado, o acolhimento ao diferente também mudou, sobretudo porque aceita, faz questão de ajudar, não discrimina e compreende.

Não poderia, em absoluto, deixar de registrar também algumas conversas diurnas e noturnas que tive com garotos e garotas do nosso colégio e que fizeram questão de relembrar momentos de alguém muito marcante na sua trajetória escolar.

Refiro-me à professora Florence, que para minha sorte hoje é minha parceira de trabalho, e que esteve presente na lembrança desses alunos de uma forma muito especial.

Muito riso, muita bronca, muita chamada à razão, muito conhecimento e muito amor pelo que faz, além de transparência e coerência no agir, foram os depoimentos dados por esses jovens a respeito de quem estará guardado em suas memórias sempre que alguém falar da Física.

Sinto-me feliz pelo que recebi deles, não só nesses cinco dias, mas durante os três anos de Ensino Médio e que fortaleceram minha esperança nos jovens em manter a chama da dignidade e da solidariedade sempre acesa no coração de cada um deles.

Obrigada a vocês, queridos alunos, por permitirem que eu e a Florence fizéssemos parte de bons momentos em suas vidas, estando atualmente presentes ou não.

Lembrem-se sempre: vocês vieram a esta vida unicamente para serem felizes.

Beijos carinhosos

Yvanize

Janeiro/2011

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